Que outra MC de funk pode dizer que já influenciou M.I.A. e teve faixas produzidas por nomes como Diplo, Buraka Som Sistema, Jaloo e Edu K? Deize é assim, sempre chega antes. Porque antes de existir Valesca Popozuda e MC Carol Deize Tigrona deu voz à mulher no funk carioca, sendo a primeira a levantar a bandeira do feminismo. E essa voz ecou da Cidade de Deus para os bailes funk do Rio e também para o asfalto e as pistas do mundo. Depois de lutar contra uma depressão e ser redescoberta pelo Festival Bananada, em Goiânia, no ano passado, Deize está de volta, de faixa nova, sempre na frente, flertando com o EDM, sem abrir mão do miami bass, em “Madame”, produzida pelo gaúcho Chernobyl, do Comunidade Nin-Jitsu, em lançamento do selo Funk na Caixa, em parceria com o Heavy Baile.
“ Conheçi a Deize Tigrona durante as gravações do “With lasers”, do Bonde do Rolê, que produzi com o Diplo. Ele a chamou a São Paulo para gravar um som, enquanto a gente mixava o álbum. Tocamos juntos no Glória e botamos aquilo abaixo. Em 2007, produzi uma track com ela, “Nove Dedos”, que saiu pelo selo KSR, do Japão, o mesmo que lançou o CSS por lá. Já tem um tempo que estávamos falando em fazer algo juntos. Quando ela me mandou a acapella de “Madame”, pensei em unir Miami Bass, beats novos de funk e EDM pesado”, explica Chernobyl.
Deize nasceu em São Conrado e trabalhava como faxineira até começar a fazer sucesso como MC. Sua canção “Injeção”, um clássico do funk carioca dos anos 90, foi sampleada em Done Gone Buck Gun, da cantora M.I.A, graças ao produtor Diplo, que ainda assinou duas faixas com a carioca: “Bandida” e “Me Chinga”, ambas lançadas pelo selo alemão Man Recording. Cantando os desejos da mulher e afastando qualquer ideia de submissão masculina, Deize mostrou o funk carioca ao redor do mundo: lançou “Aqui pra Vocês” com o grupo português Buraka Som Sistema e fez parceria com a japonesa Tigarah em diversas músicas. Seu último lançamento foi “Prostituto”, em parceria com o paraense Jaloo.
DJ Chernobyl é a uma das principais pontes entre o baile funk de raiz com as cenas eletrônica e roqueira no Brasil, trabalho que realiza desde 1995, conectando tribos. O gaúcho já produziu faixas para as gravadoras Universal Music Japan, Exploited Berlim, Man Recordings, Mad Decent e Domino Records e se apresentou no Fuji Rock Festival 2007, no Japão, além de também ter feito parcerias com Diplo.
lyrics
Já pensou sem a cerveja e a maconha
O que seria do mundo?
Já pensou o que seria desses machos
Sem a boca de veludo?
Já pensou o funk sem a putaria
O que a madame ia fazer?
Elas criticam
Mas gostam e deliram na hora de fuder
Já pensou se eu não beber?
Já pensou se eu não fumar?
Eu louca, lá careta
Só ia te matar
O mundo sem o sexo
Não ia ter evolução
Político sai da frente
Que eu tô de fuzil na mão
Deixa eu beber
Deixa eu fumar
Eu louca, lá careta
Só ia te matar
Ai deixa eu dar
credits
from #DISPARO,
track released May 18, 2016
Arte: Erro Overdrive
On his 3rd volume of baile funk, Sango drops 19 floor-fillers - MC cuts, percussive instrumentals, all with fiery favela flair. Bandcamp New & Notable Nov 10, 2015